domingo, 16 de janeiro de 2011

QUE CIDADANIA? - Ninita Lucena

Em uma linda e larga avenida,
Carros vão para lá e para cá...
Sinal fecha, os  carros param
E uma criança mui raquítica
Aproxima-se, estende a mão...
Dá-me um aperto no coração
Quando ela diz: “Estou com fome,
Tia, dá um trocado para comprar um pão.
Abri a bolsa e dei o trocado. E seu nome?
Perguntei. Ele falou, “sou Zezinho,
Tenho dez irmãos”. Perguntei, e seu pai?
“Meu pai está desempregado, coitado,
Minha mãe é faxineira, eu para ajudar
Fico aqui a pedir um trocado
 Para alimento poder comprar”.
Perguntei: Você estuda? E ele respondeu,
“Não tia, agora eu estou sem estudar,
Preciso algum dinheiro arranjar,
Para  minha família sustentar”.
E neste momento, ví duas lágrimas
Rolarem no seu rosto e duas no meu
Também rolaram, pensei que lástima!
Ao observar na criança, um triste olhar.
Sai pensando, cadê as autoridades desse País
E o Estatuto da Criança e do Adolescente,
Quando no seu parafraseado de assistência
Garante: proteção e cuidados às crianças...
Exclamei: Deus, só você movendo os corações
Que de forma egoísta, só pensam em si,
Acumulam bens, só querem  enriquecer,
Sem as necessidades do outro  perceber.
E o povão continua os elegendo
E colocando em suas mãos todo poder.
Estão os pobres cada vez mais pobres,
Formando a maioria, sem direito a cidadania,
Os que se dizem cidadãos ficam mais ricos.
Quanta injustiça campeia nesta Nação...
A CNBB afirma: “Os pobre são os juízes
Da ordem democrática de uma Nação”.
Que mais pura verdade, uma inegável
Realidade. E nesta afirmação louvável
A Igreja protesta, faz sua manifestação.
Porém, sem o compromisso político
E  a grandeza de espírito, fica a mesmice,
O estado deplorável, só persiste...

* * *

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