terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A outra estrada




A OUTRA ESTRADA
 
Sá de Freitas
 
Por quanto tempo,
Sentirei o perfume do tempo,
Entre os que amo, não sei.
Sei que desejo aspirar
A fragrância de cada segundo,
De cada minuto e de cada hora,
Antes que o dia termine,
Antes que no jardim da vida
As flores murchem,
O vendaval da velhice invada tudo
E o cansaço faça-me parar de contemplá-lo à espera do nada.
 
Vou caminhando firme
E pelo retrovisor da experiência,
Enxergando aqueles  que antecedi na estrada,
    Tentando sinalizar-lhes o caminho,
Para que não caiam nos lugares que cai.
 
De onde parti, não me lembro;
Por onde ando, desconheço
E seguirei, um dia,
Para onde nem idéias faço do que será.
Em mim há muitas páginas que ninguém leu;
Há sonhos que ninguém sonhou
E segredos que ninguém desvendará.
 
Mesmo assim,
Quero dirigir meu veículo-matéria,
Com bastante cautela,
Para não me perder nas curvas do futuro,
Quando atingir a estrada do lado de lá,
Sinalizada por tantas placas de interrogações.
 
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil

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