A OUTRA ESTRADA Sá de Freitas Por quanto tempo,Sentirei o perfume do tempo,Entre os que amo, não sei.Sei que desejo aspirarA fragrância de cada segundo,De cada minuto e de cada hora,Antes que o dia termine,Antes que no jardim da vidaAs flores murchem, O vendaval da velhice invada tudoE o cansaço faça-me parar de contemplá-lo à espera do nada. Vou caminhando firmeE pelo retrovisor da experiência,Enxergando aqueles que antecedi na estrada, Tentando sinalizar-lhes o caminho,Para que não caiam nos lugares que cai. De onde parti, não me lembro;Por onde ando, desconheçoE seguirei, um dia,Para onde nem idéias faço do que será.Em mim há muitas páginas que ninguém leu;Há sonhos que ninguém sonhouE segredos que ninguém desvendará. Mesmo assim,Quero dirigir meu veículo-matéria,Com bastante cautela,Para não me perder nas curvas do futuro,Quando atingir a estrada do lado de lá,Sinalizada por tantas placas de interrogações. Samuel Freitas de OliveiraAvaré-SP-Brasil
Este blog é uma homenagen ao meu estimável amigo poeta Samuel Freitas de Oliveira. Dedico este blog a meu grande poeta e amigo.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
A outra estrada
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