MENINA TRISTE - Muriel Elisa Távora Niess Pokk

Menina triste,
de pés descalços, que sem destino
pelas ruas caminha.
Estendes tuas mãozinhas vazias,
pedindo algo para comer.
Menina triste,
teu corpo franzino,
teu rostinho sujo
e tuas roupas rasgadas,
a ninguém comove.
As pessoas passam por ti
com indiferença.
Menina triste, ao anoitecer,
debaixo do viaduto te deitas,
mas com frio e fome
demoras para adormecer.
Esperando o sono chegar
choras por tantas desditas,
sonhas com o dia que outra vida terás.
Menina triste,
sempre no mesmo ponto estás
esperando o teu destino mudar.
Menina triste,
com pena de ti, fui contigo falar.
Sorriste com alegria, baixinho pediste
para de lá te levar...
podia ser para minha casa
ou qualquer outro lugar.
Menina triste,
quão triste e amargurada eu fiquei,
ao perceber, que teu sorriso
desapareceu ao veres aquele homem
de nós se aproximar.
Ele te segurou pelos braços
com brutalidade, prometeu te matar,
se a outros sua história fosse contar.
Apontando sua arma,
 mandou-me ir embora... imediatamente te deixar.
Menina triste,
Só naquele momento
consegui compreender tua vida.
Querida menina triste,
Nunca mais te vi naquele lugar.
Rezo todos os dias
para Deus te ajudar.

Registrado em cartório

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