sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fantasias Noturnas - Sá de Freitas



FANTASIAS NOTURNAS

Sá de Freitas


É na incontida insônia que me abraça,

Nas frias noites quando à só me vejo,

Que sinto da ansiedade o amargo beijo,

Trazendo a “ a dor–saudade” que me enlaça.



Toco os lençóis que o corpo meu amassa,

A procurar o teu que tanto almejo,

Pois meu querer-te cheio de desejo,

Lindas cenas de amor na mente traça.



Eu não te encontro e mesmo assim procuro,

Delinear-te inteira em pleno escuro,

E de ver-te ao meu lado tenho a crença...



Mas quando o sol lá fora diz bom dia,

Sinto que só vive uma fantasia,

Acariciando a tua “não presença”.


Samuel Freitas de Oliveira

Avaré-SP-Brasil



Meu Livro Íntimo - Sá de Freitas



MEU LIVRO ÍNTIMO

Sá de Freitas


Meu íntimo era um livro desfolhado,

Por torturas mentais e pelo pranto;

Pela saudade, pelo desencanto,

E pelas dores vindas do passado..



Por muito tempo assim abandonado,

Ficou na Estante do viver... Enquanto,

Bibliotecário eu, sentado a um canto,

Indiferente o via mutilado.



Mas resolvi reencardená-lo em cores,

Fui afastando dele os maus leitores,

Pondo-o na Estante d' autoconfiança.



À sua capa dei mais resistência,

Seu título mudei: pus "persistência",

E quem o prefaciou foi a esperança.



(Samuel Freitas de Oliveira)

Avaré-SP / Brasil



quarta-feira, 28 de julho de 2010

Más Recordações - Sá de Freitas



MÁS RECORDAÇÕES


Sá de Freitas



Muitas dores que surgem, despertadas



Por lembranças amargas e doídas,



Servem somente para abrir feridas.



Que há muito já estão cicatrizadas.







E nós, como crianças descuidadas,
Vamos com a mente e a alma entorpecidas,



Pelas mágoas... E as horas mais queridas,



Dificilmente são por nós lembradas.







As más recordações provocam Chagas,



Trazem angústia, dor , tristeza e mágoas,



Até que a alma seja sucumbida.







Se a nossa mente nelas ficar presa,



A tristeza virá e... Com certeza,



Vamos viver na dor, morrendo em vida.


Samuel Freitas de Oliveira

Avaré - SP - Brasil

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Poder do Sorriso - Sá de Freitas



O PODER DO SORRISO



O sorriso é uma chave interessante,

Que abre portas de difícil acesso,

Nos permitindo quase sempre o ingresso,

Até a um coração recalcitrante.



O seu poder é algo impressionante,

Pois o amor à vida, nele expresso,

Desfaz num ambiente, com sucesso,

Todo o pesado ar ali reinante.



O riso evita um "não", uma indiferença,

Uma agressão, um xingo ou desavença,

E até a ofensa que nos traz desgosto.


Ah... Se todos sorrissem... Que beleza!

Em olhar algum veríamos tristeza,

Mas só bondade e amor em cada rosto.


Samuel Freitas de Oliveira

Avaré- SP-Brasil

Minha Irresistível Amante - Sá de freitas



MINHA IRRESISTÍVEL AMANTE




Sá de Freitas

Ela chegou tranquila...Andar bem lento,

Provocante, sagaz e... De repente,

Pôs-se a me acariciar suavemente,

Sem pejo e com o maior atrevimento.



Vencido, entregue, dei-lhe acolhimento,

Em minha cama e ela lentamente,

Deixou meu corpo trêmulo e ardente,

Com o seu irresistível envolvimento.



Que amante sensual, dominadora!

Que insaciável mulher, tão pecadora

Que, às vezes, o seu assédio até me espanta...



Não consigo afastá-la do meu leito,

De tudo fiz, nada surtiu efeito,

CONTRA ESSA DOR TERRÍVEL NA GARGANTA.



Samuel Freitas de Oliveira

Avaré- SP-Brasil

 

Amigo Sincero - Sá de Freitas



AMIGO(A) SINCERO(A)




Sá de Freitas



Mesmo que longe o amigo está presente,

Nos momentos que a gente mais precisa...

Nos refrescando o coração qual brisa,

E a mão nos estendendo prontamente.



O amigo é nosso irmão, é confidente,

Se erramos nos pedoa, não ironiza,

Compreende a nossa dor e a ameniza,

Sempre calmo, bondoso e paciente.



O amigo é bênção que do Céu nos veio

É alegria, confiança e esteio

Que temos sempre ao longo da jornada.



Cultivemos com amor AS AMIZADES,

Pois se sinceras, são preciosidades,

E sem amigos não seremos nada.



(Samuel Freitas de Oliveira)

Avaré-SP

 


sábado, 17 de julho de 2010

Eu Sonhei que tu Estavas tão Linda.

EU SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO LINDA


Compositores:
Lamartine Babo & Francisco Matoso

Intérprete:
Trovadores Urbanos


Eu sonhei que tu estavas tão linda

Numa festa de raro esplendor.

Teu vestido de baile, lembro ainda,

Era branco, todo branco, meu amor...


A orquestra tocou umas valsas dolentes,

Tomei-te aos braços, fomos dançando, ambos silentes .

E os pares que rodeavam entre nós,

Diziam coisas, trocavam juras a meia voz . . .


Violinos enchiam o ar de emoções

E, de desejos, uma centena de corações.

Pra despertar teu ciúme, tentei flertar alguém

Mas tu não flertaste ninguém !

Olhavas só para mim, vitória de amor cantei,

Mas foi tudo um sonho . . . acordei ! . . .


Pra despertar teu ciúme, tentei flertar alguém

Mas tu não flertaste ninguém !

Olhavas só para mim, vitória de amor cantei,

Mas foi tudo um sonho . . . acordei ! . . .


Link para maiores Imformações sobre Trovadores Urbanos:

http://www.youtube.com/user/trovadoresoficial
http://www.trovadoresoficial.blogspot.com/

Meu Domingo no Sítio - Sá de Freitas


MEU DOMINGO NO SÍTIO
Sá de Freitas


É domingo...Céu límpido e azulado...
Os cavalos se movem na pastagem...
Ao longe ouve-se o mugir do gado...
No ar passeia o hálito da aragem.

O ambiente é alegre e sossegado...
A brisa traz-me aroma de folhagem...
A minha frente o verdejante Prado
Estende-se em lindíssima paisagem.

Dedilho o violão... Saudoso canto,
Uma canção que tu gostavas tanto,
Mas um soluço vem-me inesperado...

Porque mesmo que aqui eu tenha tudo,
Encosto o meu violão e fico mudo,
Por nada ter, sem ter-te do meu lado.




Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil

05-7-2008

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Que Amor é esse, Meu Deus! - Sá de Freitas



Que Amor é esse, Meu Deus!
Sá de Freitas
(Dedico à minha esposa)


Conduz-me esse querer-te” ao desatino
Que eu, de ,amor morrer, capaz seria,
Pois sem te amar jamais eu sentiria,
Meu coração nesse pulsar divino.

É algo assim tão lindo quanto um hino,
Que se transforma em branda sinfonia,
No Templo da minh'alma, em sintonia
Com o som de uma paixão que não defino.

Velho amor, lindo amor, grandioso e ardente,
Que só nós ler podemos, no romance,
Que o passado escreveu para o Presente.

E se amanhã no mundo, ao retornar-me,
Eu não tiver, de amar-te, qualquer chance,
Que então me aborte o ventre que gerar-me.


Samuel Freitas de Oliveira
Avaré – SP – Brasil


terça-feira, 13 de julho de 2010

Rastros de Poeta - Sá de Freitas



RASTROS DE POETA

Sá de Freitas


Deixa o poeta rastros de esperança

Na branca areia do lirismo...E sente

Que vai andando calmo igual criança

A rir feliz e a versejar contente.



E do poeta é longa a caminhada,

Na praia imensa do seu sonho infindo,

Onde ele, em versos, faz tornar-se lindo

O que de lindo, às vezes, não tem nada.



Deixa em seus rastros paz, deixa beleza;

Deixa os encantos mil da Natureza;

Deixa otimismo em meio da desgraça.



Mas o poeta só se consolida,

Se deixar, pelas praias desta vida,

Rastros do seu amor por onde passa.





Avaré-SP


JORNAL ELOS LUSO BRASILEIROS ENTREVISTA COM

SÁ DE FREITAS
UM POETA QUE TRANSCENDE

"Desejo que a poesia sempre mantenha distância e não se deixe levar por este caminho do capitalismo. Hoje o mundo, como nunca, está precisando passar por reforma em todos os sentidos e a poesia é um veículo importante nesse mister. Contudo, (essa é a minha opinião) a poesia precisa dissiminar amor, esperança, fé e otimismo. Caso contrário complicará mais o já complicado Planeta em que vivemos."(S.F)


Entrevista Realizada pelo Jornal Elos Luso Brasileiros.


ELOS = Diga-nos sua nacionalidade e fale um pouquinho da cidade onde você mora.

R= Sou brasileiro, resido em Avaré-SP, uma cidade turística, considerada a terra da água, do verde e do sol. Povo bastante hospitaleiro; centro cultural onde são realizados muitos eventos relacionados à literatura, música e pintura.

ELOS = Qual a sua formação escolar?

R= Bacharel em Letras.

ELOS= Qual o seu poeta ou poetisa preferido?

R= Não há propriamente um ou uma poeta preferido. Admiro todos(as) os que escrevem com o coração e transmitem fé, esperança e amor, sempre nos ditames da boa arte poética, é claro.

ELOS= Você se inspira em algum poeta, para escrever?

R= Prefiro me inspirar nos encantos da Natureza, nos acontecimentos que observo, nas ocorrências em minha vida. Não vejo nenhum poeta como ponto de inspiração. Considero alguns deles meus grandes mestres, tais como: Castro Alves, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Vinicius, Charles Bandeilare e alguns mais.

ELOS= O que é preciso para escrever bem?

R= Embora eu ainda esteja procurando o que é preciso para eu escrever bem, quero crer que são necessários: domínio perfeito da gramática e da arte no se expressar, hábito de ler muito , sinceridade e destemor ao dizer o que sente; cultivo da simplicidade e da humildade, muita observação e, sobretudo, escrever com amor, sentindo e praticando o amor que descreve.

ELOS= Quais qualidades pessoais isso exige?

R= Acredito que somos aquilo que escrevemos e escrevemos aquilo que está em nosso íntimo, seja ou não relacionado aos acontecimentos da nossa vida. É impossível um pé de banana produzir laranjas. Portanto para se escrever bem, é preciso termos, pelo menos, algumas boas qualidades entre as tantas não boas que possuimos.

ELOS= Antes de saber escrever bem, é preciso saber por que se escreve?

R= Obviamente. Se não soubermos porque escrevemos estaremos tateando no escuro. Eu, por exemplo, escrevo porque gosto e por sentir necessidade. Para o poeta a escrita é um meio de partilhar com os seus leitores aquilo que sente do que vive, do que observa, além de ser uma forma e um meio de colocar para fora suas idéias que vão se acumulando ininterruptamente, pois quem verseja não para de pensar.

ELOS= Enquanto escreve, sua vontade maior é agradar ou se satisfazer?

R= Já respondi acima, mas acrescento que a minha maior preocupação é levar o que de melhor possuo aos que me leem, respeitando-lhes sempre as idéias , contrárias ou não, a respeito do que escrevi.

ELOS = Colocando-se apenas no papel de leitor de sua obra, existe a possibilidade de considerar qualquer trabalho seu um fracasso?

R= Não diria um fracasso, diria "fraquíssimo", pois considero o meu trabalho de ontem inferior ao de hoje, haja vista estarmos sempre progredindo dentro da própria Lei Natural das coisas.

ELOS = Ao terminar de escrever um texto, você aceita e gosta do resultado unicamente porque é responsável por ele?

R= Que perguntinha difícil essa! Acho que todo o poeta orgulha-se de assinar o que lhe saiu da alma. Contudo passo a gostar do resultado do que escrevo, somente depois de saber se ele foi útil à alguém. Por outro lado, quando termino de escrever, sei que não escrevi sozinho porque sempre há uma Força Maior me ajudando, o que não quer dizer que eu seja psicógrafo.

ELOS= Uma escritora inglesa expôs a seguinte opinião: “poesia não é uma expressão da personalidade, mas uma fuga dela”. E ela explica: “personalidade é muito mais do que detalhes autobiográficos, é o nosso próprio modo de processar o mundo, nossa maneira de ser, e não pode ser artificialmente retirado de nossas atividades: é nosso jeito de ser ativos”. Você acha que é preciso ter conhecimento e aproveitar um pouco dos dois lados na criação, ou apenas trabalhar com um deles é suficiente?

R= Quanto a "não expressão da personalidade", discordo. Como já disse, a bananeira não poderá produzir laranjas. A personalidade é a identificação de cada poeta, de cada ser e qualquer fuga dela, seria um direcionamento ao fingimento absoluto, levando o leitor ao engodo, escrevendo o que não somos, o que não vivenciamos e o que não sentimos. Creio que devemos trabalhar com as ferramentas que possuímos e essas encontram-se em nossa personalidade. Em resumo: essa escritora pensa do jeito dela e eu, do meu, sem sermos os dons da verdade. rsrsrsrs

ELOS= Já teve alguma poesia sua que sofreu uma critica desfavorável?
Se teve, qual foi sua reação?

R= Até o momento não. Mas se essa crítica surgir e for construtiva, minha reação será a de agradecimento. Contudo se ela partir de alguém que, gratuitamente, queira tentar qualquer destruição do que faço, ignoro-a completamente.

ELOS= Você acha que a crítica pode fazer o poeta aperfeiçoar-se, ou desistir da poesia?

R= Como dei a entender acima, a crítica construtiva aperfeiçoa e a destrutiva jamais me fará desistir de escrever, pois cada um tem a sua maneira de pensar, de julgar, de se expressar e é claro que não tenho a pretensão de agradar a todos.

ELOS= Como você definiria o seu estilo?

R -Embora eu escreva mais sonetos, não deixo de compor em outros estilos, pois tudo é poesia, se conter poesia. Sendo assim, acho que sou eclético.

ELOS= Acha a poesia rimada, perfeita?

R= A perfeição de uma poesia não está na rima. Encontra-se na grandeza do texto, no engenho, na arte e no sentimento de quem a escreve. Opto, quase sempre, pelas poesias rimadas simplesmente por achá-las mais bonitas e atraentes.

ELOS= Alguma vez já teve alguma poesia sua roubada, adulterada ou com o famoso "Autor Desconhecido"?

R= Até hoje que eu saiba não, graças a Deus.

ELOS= Está certo repassar poesias sem autoria?

R= De forma alguma. Condeno essa atitude. Mesmo o tão usando " autor desconhecido" não me agrada. Se um trabalho existe, é porque alguém o fez e sendo assim, quem o repassa ou o formata tem por obrigação de procurar o pai ou a mãe da criança. Caso não os consiga achar, melhor será não divulgar o texto.

ELOS = O que você nos diz sobre a arte de fazer cirandas de poetas, tão em voga nos Grupos poéticos?

R= Acho ótima essa arte por nos trazer várias expressões sobre o mesmo assunto. Quando o assunto me agrada, sempre participo.

ELOS = E sobre duetos e entrelaces, acha válido essa forma de interagir com poesias?

R= Nada tenho contra os duetos e entrelaces, mas é preciso muito cuidado para não fugirmos do tema que está sendo duetado ou entrelaçado. Creio que o dueto e o entrelace, quando feitos de conformidade com que expressam as matrizes, são formas de demonstração de apreço e de carinho para com o nosso trabalho e isso muito me agrada.

ELOS = O que deseja para a poesia dentro do mundo capitalista?

R= Desejo que a poesia sempre mantenha distância e não se deixe levar por este caminho do capitalismo. Hoje o mundo, como nunca, está precisando passar por reforma em todos os sentidos e a poesia é um veículo importante nesse mister. Contudo, (essa é a minha opinião) a poesia precisa dissiminar amor, esperança, fé e otimismo. Caso contrário complicará mais o já complicado Planeta em que vivemos.

ELOS = Sua inspiração é espontânea ou você precisa de momentos específicos para escrever?

R= Totalmente espontânea. A inspiração vem quando menos espero e isso é complicado porque muitas vezes estou dirigindo e, como a poesia é muito importante para mim, paro o carro e anoto tudo.

ELOS = Já editou algum livro de papel?

Sim. Quatro. Mas hoje prefiro o E-Book, ou livro eletrônico, porque custa menos e divulga muito mais os nossos trabalhos.

ELOS = Defina a poesia e a participação dela nos meios literários.

R= A poesia é uma das belezas que Deus permitiu ao homem descobrir, a fim de minimizar a visão dantesca que o mundo nos oferece. Através dela expomos e aliviamos as nossas dores; contribuímos para a expansão do que é belo e podemos levar consolo à muitas almas sofridas. Sua participação nos meios literários é bastante marcante, por trazer tanto em tão poucas palavras, mormente nesta época em que raro são os que tem tempo, para usarem-no em longas leituras.

ELOS = Qual a poesia sua que mais gosta?

R= A última que componho.

Obrigado por tão preciosa entrevista e aceite nossos efusivos Parabéns, por sua linda participação. Esperamos que continue a abrilhantar os Grupos com seus maravilhosos poemas.



JORNAL ELOS LUSO BRASILEIROS

domingo, 11 de julho de 2010

Meu Êxtase no Sonho - Sá de Freitas



MEU ÊXTASE NO SONHO

Sá de Freitas



Quando sonho contigo vou sentindo

As venturas de um amor forte e supremo,

Que conseguem levar-me até ao extremo,

Do completo prazer, mesmo dormindo.



Que bom poder sonhar que alguém me ama,

Que me quer, me deseja ansiosamente...

E que ausente... A mim se faz presente,

Mesmo na solidão da minha cama.



Que importa o irreal? O importante,

É eu sentir que ali, naquele instante,

Tudo é tão lindo, mágico e risonho.



Porque depois, mesmo que o sono cesse,

Em minha mente o sonho permanece,

Que já nem posso crer ter sido um sonho.



Avaré-SP-Brasil








sábado, 10 de julho de 2010

Cuidado com a colheita - Sá de Freitas



CUIDADO COM A COLHEITA



Sá de Freitas


Quando, da ofensa, a dor cruel magoar-te

O coração, te provocando o pranto;

Quando um amigo, em quem confiavas tanto,

Nos espinhos da estrada a só deixar-te;



Quando em teu lar, puserem-te à parte

Como um móvel em desuso, nalgum canto,

Só porque já não podes, tanto quanto

Podias, lhes servir de baluarte:



Não sofras! Antes sim, deles tem pena!

Pois a Lei do Retorno entrando em cena,

Vão compreender o que tu suportaste;



Vão sofrer mais do que sofreste um dia;

Vão sentir quanto doeu tua agonia;

Vão chorar muito mais do que choraste.





Avaré-SP-Brasil







sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mensagem de Sá de Freitas para Veronika

Verônica, minha irmã querida, Indiazinha do coração, Sua bondade e meiguice ultrapassam o esperado por um amigo, pois vai além do humano em direção ao angelical.Sinto-me feliz em poder chamar você de amiga e saber que realmente a sua amizade nasce-lhe do coração.
Que homenagem linda e tocante que você me fez. Rogo a Deus que a abençoe e a recompense grandemente por esses seu gesto, do qual jamais esquecerei nesta e em outra vida.
Beijos mil em seu coração.
Sá de Freitas"

O Ser Inútil - Sá de Freitas



O SER INÚTIL
Sá de Freitas

Há gente, eu sei, inútil nesta vida,
Que nada faz, nada produz, nem cria,
Somente vê passar, dia a pós dia,
O tempo, sem sentir sua partida.

Dentro de si nem mesmo traz retida,
A vontade de alguma melhoria,
Nem luta contra o mal que o assedia,
Por mais sinta doer qualquer ferida.

Que ser é esse que desceu à Terra,
E que nada de bom em si encerra,
E só mergulha em sentidos ais?

Não sei, mas pelo que se sente e vê,
Creio que seja um ser amorfo e que,
Nasceu, ocupa espaço e nada mais.


 Avaré-SP- Brasil

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu e o meu avô no sertão - Sá de Freitas


Eu e o meu avô no sertão
Sá de Freitas



Meu avô, pequeno eu era, mas me lembro, possuía vasta cultura, pois um ano faltava para ordenar-se Padre e abandonou


tudo para emprenhar-se pelo sertão, a fim de cuidar da grande Gleba de terra que herdara, com a morte dos pais. Com ele passei um bom tempo da infância, época em que aprendi bastante sobre o sertão bruto, o que me fez um homem, até certo ponto, rústico. Devo a ele o amor pela Natureza que até hoje cultivo lidando com o meu pedacinho de terra e, além disso, muitas lições importantes deu-me ele, as quais sempre me ajudaram nas lutas pelo mundo.

Certo dia caminhávamos por um trilha feita pelos próprios animais selvagens, principalmente pelos caititus e queixadas que vagavam em bandos por aqueles lados. Para quem não sabe, caititus e queixadas são espécies de porcos selvagens, sendo que as queixadas impõem mais temor por serem extremamente agressivas e levam esse nome porque, quando zangadas, batem fortemente suas mandíbulas, provocando ruídos que podem ser ouvidos a certa distância.

Subitamente meu avô parou, colocou-me no galho baixo de uma grande árvore ordenando-me que subisse e em seguida fez o mesmo, colocando-me em seu colo num gesto protetor.

Curioso como sempre, perguntei-lhe:

---- Que é isso, vô?

---- São queixadas. Animais perigosos. Fique em silêncio.-- Pediu-me a sussurrar.

Em pouco tempo passava aquele bando assustador a destruir grande parte da vegetação, às margens do trilho. Meu coração provavelmente acelerou bastante, pois me recordo de ter me agarrado ao galho em minha frente com todas as forças. Esses animais, como os porcos, não levantam a cabeça e por isso não nos viram embora devam ter sentido o nosso cheiro. Por quanto tempo ali ficamos não sei, mas passado o perigo, descemos. Olhei para a trilha pela qual iríamos continuar e exclamei:

---- Nossa vô! Limparam o caminho para nós e deixaram ele mais largo.

Olhando-me fixamente com os seus olhos verdes, começou a filosofar, como sempre fazia, em linguagem acessível ao meu entendimento:

---- Escute bem, meu neto. Vamos fazer de conta que a nossa vida seja essa selva: Às vezes estamos caminhando por ela despreocupadamente e, de repente, surge algo que não esperávamos, como, por exemplo, um acontecimento desagradável, uma doença em nós ou na família, uma desavença qualquer, uma tristeza por alguém que morreu ou por um amigo que nos abandonou, quando não é um perigo parecido com esse pelo qual passamos. Por isso, precisamos estar sempre atentos.

--- O que quer dizer “atentos?” – interrompi-o.

--- Quer dizer que precisamos ser cuidadosos ou muito atenciosos. Mas agora, deixe-me continuar.—Pediu-me um tanto sisudo.-- Quando aparecer qualquer coisa dessas em sua vida, não perca a calma. Procure a árvore da fé e suba o mais alto que puder nela, para chegar mais perto de Deus. Deixe as queixadas, que são os maus momentos, passarem sem chamar a atenção delas com lamentos, gritos de revolta ou xingos. Tudo o que é mal pode ser repelido ou atraído. Depende da nossa crença em Deus e em nós mesmos, da nossa paciência, da nossa sabedoria para fugirmos da descrença. Ás vezes o mal pode nos atingir sim, mas não nos devorará. Caso tivéssemos caído da árvore, seríamos vencidos e estraçalhados pelas queixadas. Entendeu?

---- Entendi.—Confirmei já caminhando ao seu lado.

É evidente que não entendi, como passei a entender depois, a essência de suas palavras.

---- Pois é. – Continuou ele. – Você viu que depois que os animais passaram a nossa trilha ficou mais limpa e mais larga para caminharmos. Não é verdade?

--- Sim senhor.

--- Mas... Para aonde estamos indo? – Inquiriu-me de repente.

--- Vamos para a casa do Tio Antonio.

--- Então. Saímos de casa para irmos para lá e lá é o nosso objetivo, quero dizer, o que queremos fazer. Não é?

--- Sim senhor.

--- Do mesmo jeito você terá em sua vida muitos objetivos para atingir e, para isso, você precisa fazer o mesmo que foi feito aqui, porque muitas queixadas irão barrar o seu caminho. Quando isso acontecer, suba na árvore da fé, como já lhe disse, agarre-se em Deus, como você fez naquele galho, deixa tudo passar e encontrará o caminho melhor , para seguir adiante.

--- Essa árvore da fé é grandona, vô?

Olhou-me sério, mas não conseguiu conter a gargalhada.

--- Vou explicar para você o que é a árvore da fé -- Coçou o bigode e prosseguiu-:

Você confia em mim?

--- Confio.

--- Essa confiança chama-se fé, mas nós estamos falando da fé em Deus e quanto mais forte for a nossa fé, mais alto conseguiremos subir na árvore dessa confiança em direção ao Poder Maior e agarrarmos em seus galhos com firmeza para não cairmos. Sei que você agora não está entendendo muito do que estou lhe falando. Mas um dia entenderá. Deixe as Queixadas da vida passarem, volte à estrada e prossiga, sempre confiante.

Continuamos tagarelando até à casa do meu tio. Fui brincar com os meus primos e deixei pai e filho com os seus assuntos de adultos.

Desde então tenho feito isso e as queixadas que cruzam o meu caminho não conseguem me devorar e nunca hão de conseguir vencer-me.




Samuel Freitas de Oliveira

Avaré-SP-Brasil




segunda-feira, 5 de julho de 2010

Síntese de Alfa e Ômega - Sá de Freitas


SÍNTESE DE ALFA E ÔMEGA
Sá de Freitas



Miopia mental,
Poeira nos olhos,
Trombadas na estrada,
Ferida nos pés.
O dia amanhece,
A gente procura,
Correr mais depressa,
Buscando ilusões.
A Terra girando,
A tarde chegando,
O corpo cansado,
Se move mais lento,
Os olhos curados,
Não tem o que ver,
Além de um passado,
Perdido em lembranças,
Cheirando saudade.



A noite vem lenta,
Luar de remorso,
Estrelas sumindo,
Nuvens de adeuses,
Holocausto de sonhos,
No templo do tempo...
Relógio batendo,
Na torre do nada,
A girar os ponteiros,
Anti-horário, mostrando,
Retrocesso constante,
De uma existência,
Que teve seu brilho...
Blackout total.



Sem poeira nos olhos,
Estrada findada,
O corpo em pó
E alma no Espaço...
SÓ....



Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil



A Tapera - Sá de Freitas



A Tapera
Sá de Freitas



Nessa tapera agora abandonada,
Habitada por sapos e serpentes,
Passei dias alegres, diferentes,
Da minha infância tão despreocupada.



Hoje eu andei por lá. Que dor danada!
Que saudade de todos os parentes,
Que na simplicidade eram contentes,
E da escassez não reclamavam nada.



Agora os que vieram pra cidade,
Têm conforto, fartura e na verdade,
Cada um conseguiu tudo o que quis.



Mas ao encontrá-los velhos, cambaleando,
Dão-me um abraço só e vão passando
E noto que nenhum mais... é feliz.



Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil

O Amor e o ciúme - SÁ DE FREITAS‏

O AMOR E O CIÚME

Sá de Freitas


Quando começa o amor, tudo é bonito!

Há sonhos, há promessas, paz , ternura...

Vivemos uma fase de ventura,

Que nos transporta rumo ao Infinito.


Jorra a calma no coração aflito,

Enxergamos a vida linda e pura,

Toda a tristeza nossa encontra cura,

Num mundo de alegria, sem conflito.


O tempo passa... O amor chega ao seu cume,

Mas começa a nascer o VIL CIÚME

Em nossa mente... E vem a tempestade,


Que expele raios de insegurança

Que a cinzas reduzem o "amor-confiança"

Mas não destroem a dor, nem a saudade.


Samuel Freitas de Oliveira

Avaré-SP-Brasil