A Tapera
Sá de Freitas
Nessa tapera agora abandonada,
Habitada por sapos e serpentes,
Passei dias alegres, diferentes,
Da minha infância tão despreocupada.
Hoje eu andei por lá. Que dor danada!
Que saudade de todos os parentes,
Que na simplicidade eram contentes,
E da escassez não reclamavam nada.
Agora os que vieram pra cidade,
Têm conforto, fartura e na verdade,
Cada um conseguiu tudo o que quis.
Mas ao encontrá-los velhos, cambaleando,
Dão-me um abraço só e vão passando
E noto que nenhum mais... é feliz.
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil
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