terça-feira, 13 de julho de 2010

JORNAL ELOS LUSO BRASILEIROS ENTREVISTA COM

SÁ DE FREITAS
UM POETA QUE TRANSCENDE

"Desejo que a poesia sempre mantenha distância e não se deixe levar por este caminho do capitalismo. Hoje o mundo, como nunca, está precisando passar por reforma em todos os sentidos e a poesia é um veículo importante nesse mister. Contudo, (essa é a minha opinião) a poesia precisa dissiminar amor, esperança, fé e otimismo. Caso contrário complicará mais o já complicado Planeta em que vivemos."(S.F)


Entrevista Realizada pelo Jornal Elos Luso Brasileiros.


ELOS = Diga-nos sua nacionalidade e fale um pouquinho da cidade onde você mora.

R= Sou brasileiro, resido em Avaré-SP, uma cidade turística, considerada a terra da água, do verde e do sol. Povo bastante hospitaleiro; centro cultural onde são realizados muitos eventos relacionados à literatura, música e pintura.

ELOS = Qual a sua formação escolar?

R= Bacharel em Letras.

ELOS= Qual o seu poeta ou poetisa preferido?

R= Não há propriamente um ou uma poeta preferido. Admiro todos(as) os que escrevem com o coração e transmitem fé, esperança e amor, sempre nos ditames da boa arte poética, é claro.

ELOS= Você se inspira em algum poeta, para escrever?

R= Prefiro me inspirar nos encantos da Natureza, nos acontecimentos que observo, nas ocorrências em minha vida. Não vejo nenhum poeta como ponto de inspiração. Considero alguns deles meus grandes mestres, tais como: Castro Alves, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Vinicius, Charles Bandeilare e alguns mais.

ELOS= O que é preciso para escrever bem?

R= Embora eu ainda esteja procurando o que é preciso para eu escrever bem, quero crer que são necessários: domínio perfeito da gramática e da arte no se expressar, hábito de ler muito , sinceridade e destemor ao dizer o que sente; cultivo da simplicidade e da humildade, muita observação e, sobretudo, escrever com amor, sentindo e praticando o amor que descreve.

ELOS= Quais qualidades pessoais isso exige?

R= Acredito que somos aquilo que escrevemos e escrevemos aquilo que está em nosso íntimo, seja ou não relacionado aos acontecimentos da nossa vida. É impossível um pé de banana produzir laranjas. Portanto para se escrever bem, é preciso termos, pelo menos, algumas boas qualidades entre as tantas não boas que possuimos.

ELOS= Antes de saber escrever bem, é preciso saber por que se escreve?

R= Obviamente. Se não soubermos porque escrevemos estaremos tateando no escuro. Eu, por exemplo, escrevo porque gosto e por sentir necessidade. Para o poeta a escrita é um meio de partilhar com os seus leitores aquilo que sente do que vive, do que observa, além de ser uma forma e um meio de colocar para fora suas idéias que vão se acumulando ininterruptamente, pois quem verseja não para de pensar.

ELOS= Enquanto escreve, sua vontade maior é agradar ou se satisfazer?

R= Já respondi acima, mas acrescento que a minha maior preocupação é levar o que de melhor possuo aos que me leem, respeitando-lhes sempre as idéias , contrárias ou não, a respeito do que escrevi.

ELOS = Colocando-se apenas no papel de leitor de sua obra, existe a possibilidade de considerar qualquer trabalho seu um fracasso?

R= Não diria um fracasso, diria "fraquíssimo", pois considero o meu trabalho de ontem inferior ao de hoje, haja vista estarmos sempre progredindo dentro da própria Lei Natural das coisas.

ELOS = Ao terminar de escrever um texto, você aceita e gosta do resultado unicamente porque é responsável por ele?

R= Que perguntinha difícil essa! Acho que todo o poeta orgulha-se de assinar o que lhe saiu da alma. Contudo passo a gostar do resultado do que escrevo, somente depois de saber se ele foi útil à alguém. Por outro lado, quando termino de escrever, sei que não escrevi sozinho porque sempre há uma Força Maior me ajudando, o que não quer dizer que eu seja psicógrafo.

ELOS= Uma escritora inglesa expôs a seguinte opinião: “poesia não é uma expressão da personalidade, mas uma fuga dela”. E ela explica: “personalidade é muito mais do que detalhes autobiográficos, é o nosso próprio modo de processar o mundo, nossa maneira de ser, e não pode ser artificialmente retirado de nossas atividades: é nosso jeito de ser ativos”. Você acha que é preciso ter conhecimento e aproveitar um pouco dos dois lados na criação, ou apenas trabalhar com um deles é suficiente?

R= Quanto a "não expressão da personalidade", discordo. Como já disse, a bananeira não poderá produzir laranjas. A personalidade é a identificação de cada poeta, de cada ser e qualquer fuga dela, seria um direcionamento ao fingimento absoluto, levando o leitor ao engodo, escrevendo o que não somos, o que não vivenciamos e o que não sentimos. Creio que devemos trabalhar com as ferramentas que possuímos e essas encontram-se em nossa personalidade. Em resumo: essa escritora pensa do jeito dela e eu, do meu, sem sermos os dons da verdade. rsrsrsrs

ELOS= Já teve alguma poesia sua que sofreu uma critica desfavorável?
Se teve, qual foi sua reação?

R= Até o momento não. Mas se essa crítica surgir e for construtiva, minha reação será a de agradecimento. Contudo se ela partir de alguém que, gratuitamente, queira tentar qualquer destruição do que faço, ignoro-a completamente.

ELOS= Você acha que a crítica pode fazer o poeta aperfeiçoar-se, ou desistir da poesia?

R= Como dei a entender acima, a crítica construtiva aperfeiçoa e a destrutiva jamais me fará desistir de escrever, pois cada um tem a sua maneira de pensar, de julgar, de se expressar e é claro que não tenho a pretensão de agradar a todos.

ELOS= Como você definiria o seu estilo?

R -Embora eu escreva mais sonetos, não deixo de compor em outros estilos, pois tudo é poesia, se conter poesia. Sendo assim, acho que sou eclético.

ELOS= Acha a poesia rimada, perfeita?

R= A perfeição de uma poesia não está na rima. Encontra-se na grandeza do texto, no engenho, na arte e no sentimento de quem a escreve. Opto, quase sempre, pelas poesias rimadas simplesmente por achá-las mais bonitas e atraentes.

ELOS= Alguma vez já teve alguma poesia sua roubada, adulterada ou com o famoso "Autor Desconhecido"?

R= Até hoje que eu saiba não, graças a Deus.

ELOS= Está certo repassar poesias sem autoria?

R= De forma alguma. Condeno essa atitude. Mesmo o tão usando " autor desconhecido" não me agrada. Se um trabalho existe, é porque alguém o fez e sendo assim, quem o repassa ou o formata tem por obrigação de procurar o pai ou a mãe da criança. Caso não os consiga achar, melhor será não divulgar o texto.

ELOS = O que você nos diz sobre a arte de fazer cirandas de poetas, tão em voga nos Grupos poéticos?

R= Acho ótima essa arte por nos trazer várias expressões sobre o mesmo assunto. Quando o assunto me agrada, sempre participo.

ELOS = E sobre duetos e entrelaces, acha válido essa forma de interagir com poesias?

R= Nada tenho contra os duetos e entrelaces, mas é preciso muito cuidado para não fugirmos do tema que está sendo duetado ou entrelaçado. Creio que o dueto e o entrelace, quando feitos de conformidade com que expressam as matrizes, são formas de demonstração de apreço e de carinho para com o nosso trabalho e isso muito me agrada.

ELOS = O que deseja para a poesia dentro do mundo capitalista?

R= Desejo que a poesia sempre mantenha distância e não se deixe levar por este caminho do capitalismo. Hoje o mundo, como nunca, está precisando passar por reforma em todos os sentidos e a poesia é um veículo importante nesse mister. Contudo, (essa é a minha opinião) a poesia precisa dissiminar amor, esperança, fé e otimismo. Caso contrário complicará mais o já complicado Planeta em que vivemos.

ELOS = Sua inspiração é espontânea ou você precisa de momentos específicos para escrever?

R= Totalmente espontânea. A inspiração vem quando menos espero e isso é complicado porque muitas vezes estou dirigindo e, como a poesia é muito importante para mim, paro o carro e anoto tudo.

ELOS = Já editou algum livro de papel?

Sim. Quatro. Mas hoje prefiro o E-Book, ou livro eletrônico, porque custa menos e divulga muito mais os nossos trabalhos.

ELOS = Defina a poesia e a participação dela nos meios literários.

R= A poesia é uma das belezas que Deus permitiu ao homem descobrir, a fim de minimizar a visão dantesca que o mundo nos oferece. Através dela expomos e aliviamos as nossas dores; contribuímos para a expansão do que é belo e podemos levar consolo à muitas almas sofridas. Sua participação nos meios literários é bastante marcante, por trazer tanto em tão poucas palavras, mormente nesta época em que raro são os que tem tempo, para usarem-no em longas leituras.

ELOS = Qual a poesia sua que mais gosta?

R= A última que componho.

Obrigado por tão preciosa entrevista e aceite nossos efusivos Parabéns, por sua linda participação. Esperamos que continue a abrilhantar os Grupos com seus maravilhosos poemas.



JORNAL ELOS LUSO BRASILEIROS

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