CUIDADO COM A COLHEITA
Sá de Freitas
Quando, da ofensa, a dor cruel magoar-te
O coração, te provocando o pranto;
Quando um amigo, em quem confiavas tanto,
Nos espinhos da estrada a só deixar-te;
Quando em teu lar, puserem-te à parte
Como um móvel em desuso, nalgum canto,
Só porque já não podes, tanto quanto
Podias, lhes servir de baluarte:
Não sofras! Antes sim, deles tem pena!
Pois a Lei do Retorno entrando em cena,
Vão compreender o que tu suportaste;
Vão sofrer mais do que sofreste um dia;
Vão sentir quanto doeu tua agonia;
Vão chorar muito mais do que choraste.
Avaré-SP-Brasil
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