sábado, 6 de novembro de 2010



NOSSO ENCONTRO NOTURNO
 
Eu tinha a  vaga impressão de que a lua,
Me espiava do alto, atentamente,
Apesar das luzes da cidade,
Enquanto eu sentia silêncio de estrelas nas ruas desertas
Porque a madrugada não demorararia.

Eu a só, caminhava
A garimpar versos
Nos cascalhos da vida,
Enquanto a batela da minha mente,
Não parava de rodopiar,
No imenso rio da inspiração.

Aí então, surgiste de repente como se fosse
Uma aparição divina.
No brilho negro dos teus olhos
Vestígios de lágrimas eu vi...
E, mesmo assim, sorriste-me.

---Que fazes aqui sozinha?- Perguntei-lhe.
--- Procuro versos como você.
---Como sabes que sou poeta?
---Somente os poetas namoram as estrelas
E flertam-se com a lua.
Ambos rimos e prosseguimos lado a lado.

A madrugada chegou.
---Achou seus versos? - Inqueriste-me.
--- Achei já composto o mais lindo dos poemas
Que és tu.... 


Sorriste-me novamente. Dali para frente,
 Trocamos a rua da cidade pela estrada da vida.
De lá para cá, nunca deixei de ler teu corpo
Com os meus carinhos
E todas as noites declamo-te
Entre meus alvos lençóis,
Sem precisar percorrer
As ruas da solidão para ser poeta.

Samuel Freitas de Oliveira
Avaré-SP-Brasil




http://www.youtube.com/watch?v=0WyCmlODbmI