Rompi o espesso véu do que se foi,
Dei asas à memória e viajei no tempo.
Espectros do passado me espiavam,
Como se eu é que fosse o fantasma,
A lhes invadir o espaço.
Aí se deu o encontro do meu " eu" do pretérito,
Com o de agora...
Como desconhecidos,
Entreolharam-se pelos vãos dos anos,
E não entenderam o porquê da passagem dos dias.
Vasculhei as ruínas do tempo desmoronado,
Procurando alguma coisa,
Mas não revi mais o que tinha visto,
Nem senti o que tinha sentido
E nem era eu mais,
O que, um dia, esteve ali.
Cavei, procurei, revolvi tudo,
E apenas respirei a poeira do inexistente,
Com cheiro de lembranças,
Nos escombros do ido sem volta.
Contudo, de repente,
Entre o que sobrou do Tsunami,
Provocado pelo sismo da mocidade
Que se movimentou para o ontem,
Encontrei uma placa reluzente,
Na qual estava escrito: SAUDADE.
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré – SP - Brasil
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