terça-feira, 26 de abril de 2011

Tsunami

 


Rompi o espesso véu do que se foi,
Dei asas à memória e viajei no tempo.

Espectros do passado me espiavam,
Como se eu é que fosse o fantasma,
A lhes invadir o espaço.
Aí se deu o encontro do meu " eu" do pretérito,
Com o de agora...

Como desconhecidos,
Entreolharam-se pelos vãos dos anos,
E não entenderam o porquê da passagem dos dias.

Vasculhei as ruínas do tempo desmoronado,
Procurando alguma coisa,
Mas não revi mais o que tinha visto,
Nem senti o que tinha sentido
E nem era eu mais,
O que, um dia, esteve ali.

Cavei, procurei, revolvi  tudo,
E apenas respirei a poeira do inexistente,
Com cheiro de lembranças,
Nos escombros do ido sem volta.

Contudo, de repente,
Entre o que sobrou do Tsunami,  
Provocado pelo sismo da mocidade
Que se movimentou para o ontem,
Encontrei  uma placa reluzente,
Na qual estava escrito: SAUDADE.


Samuel Freitas de Oliveira
Avaré – SP - Brasil

Midi: love Ls Amany Splendored Thing = R.Connif

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