Quando comemoramos o dia das Mães, o dia dos Pais, o dia da Criança, etc., sempre os parabenizamos e os enaltecemos, sem contudo apontar aos pais como se conduzirem na educação dos filhos e nem aos filhos a necessidade de obedecê-los. É claro que também os parabenizo, pois são dignos de todas as homenagens que possamos lhes prestar. Hoje, por exemplo, é o Dia do Escritor e por isso, congratulo-me com todos(as), porém sem deixar de lhes apontar a grande responsabilidade que os(as) envolve no desempenho de suas funções. Espero que a minha posição seja entendida pelos meus leitores.
Todos os escritores: poetas, cronistas, colunistas, contistas, romancistas, jornalistas e assim por diante, assumem grande responsabilidade, perante o público e até perante Deus, quando divulgam suas ideias e conclusões, a respeito de determinado assunto, dada a influência que são capazes de exercer em certas pessoas que, no momento da leitura, poderão estar vulneráveis a elas, devido a múltiplos fatores que as cercam.
Abriremos aqui, com certa reserva, um parêntese em relação aos poetas, porque esses tem, até certo ponto, liberdade de expor a sua tristeza ou a sua alegria; a sua dor ou a sua felicidade; seus sonhos e desenganos e até seus desencantos pela vida. Embora essa temática possa ser um tanto desaconselhável diante da humanidade tumultuada e sedenta de alento, é isenta de incompreensões, porque são relatos íntimos, de terceiros, quadros imaginários ou até mesmo um desabafo, não querendo com isso lhes expedir alvará para o abuso exagerado dessa liberdade.
Já em relação aos demais, o quadro sofre uma radical mudança. Não ressaltaremos nessas observações, as notícias e comentários a respeito de acontecimentos menos agradáveis que todos veem, sentem e vivem e dos quais se fazem precisos os relatos para o conhecimento do público.
Falamos sim, de certas palavras, frases, textos e cenas na TV, que expõem o desânimo, a desesperança, o ódio, a vingança, a violência e até o desamor.
Não raro, tais negativismos os lemos por aí, apresentados por alguns destacados escritores que não tomam o devido cuidado, em relação às influências negativas que estão inoculando e que poderão tornar o mundo pior do que já está. Esquivamo-nos aqui também, em relatar a grande força da palavra, falada ou escrita, que todos conhecem.
Contudo, a humanidade está precisando de positivismo e mesmo de incentivo a fim de prosseguir na luta, nada fácil, que se lhe apresenta nessa época em que a evolução, dia por dia, torna-nos a vida mais exigente, em todos os aspectos.
Assim sendo, bom é que cada um, afeito às letras, analise e revise cuidadosamente o que escreveu ( não me refiro à gramática, erro de digitação, etc), antes de publicar seus pensamentos, evitando assim, provocar esse grande desastre que se chama "plantio do desânimo".
Embora todos vivamos rodeados de inúmeros problemas cabe, a quem escreve, a tarefa de trazer, pelo menos, um pouco de incentivo e de esperança aos que remam desesperadamente no mar da vida, a procura de uma ilha ou de uma praia onde possam refazer suas forças.
Os poetas também, apesar da liberdade acima citada, possuem um grande potencial que poderá auxiliar, em muito, a humanidade, espalhando versos de otimismo, mesmo que seja apenas vez ou outra, esquecendo um pouco seus gritos de dor. Essa é a minha maneira de pensar sem, com isso, pretender ser o dono da verdade ou querer deixar transparecer qualquer resquício de desaprovação ou censura a quem quer que seja,, pois eu também descrevo meus pesares de quando em vez.
Mas como poderá um poeta escrever alegria se estiver triste, falar de paz se não a tem, cantar o amor se não amar e incutir fé em alguém, se ele mesmo estiver descrente?
Penso que basta desenterrar aquele potencial de fraternidade que possui (porque se não o tiver, não é poeta) e mesmo que em prantos, imitar a flor que, embora sendo esmagada, não deixa de exalar o seu gostoso perfume. Se todos os poetas soubessem da grande força que possuem, capaz de ajudar o mundo e a humanidade, por certo a contribuição, neste campo, seria maior. Para transmitirmos mensagens poéticas que elevam o espírito e o ânimo, não há necessidade de as expormos dentro de um contexto ou cunho religioso, ou seja, citarmos o caminho de fé pelo qual seguimos e que o julgamos ser o mais certo. Nada disso! Tal procedimento serviria apenas para figurar-se como confronto a outros credos que devem ser respeitados em todos os aspectos. Religiosidade é uma coisa, cristianismo é outra. Jesus foi e continua sendo o Mestre dos mestres e ninguém, mais que Ele, deixou legado tão grande de ensino às gerações passadas, a do presente e as do futuro. Todavia, nunca pregou ou divulgou qualquer religião, a não ser a única verdadeira: "Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo." Portanto, tenhamos cuidado nesse ponto também. Religião não salva, mas a caridade sim, porque encerra o perdão, a compreensão, a esperança, o esclarecimento, a conscientização e é o único rumo que nos conduzirá ao progresso espiritual, necessário à conquista da paz íntima. Deixo bem claro que não estou aqui generalizando, posto que tenho recebido verdadeiras joias de esperança e de paz que são enviadas por vários amigos e amigas. Continuemos sim, poetas, expondo nossas dores, mágoas, angústias, frustrações, lembranças e saudade, pois, por mais paradoxais pareçam, podem mostrar aos que passam por momentos menos felizes que não são eles os únicos a sofrer. Mas, quando acharmos por bem, deixemos em nossos versos mensagens de incentivo aos que hoje delas necessitam, porque amanhã poderemos ser os necessitados. Cuidado! Palavras faladas podem ser esquecidas, mas as escritas permanecerão.
Samuel Freitas de Oliveira
Avaré – SP -- Brasil
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